Angkor: Little Circuit

Oi, gente!

Desculpa a demora em atualizar o blog com mais notícias de Angkor - é que meu trabalho anda me consumindo muito. Quisera eu ser consumida de outra maneira (ui ui...)

Enfim, após maravilhar-me com Angkor Wat e Angkor Thom, a viagem continuou pelos outros templos e construções que compõem toda essa era antiga do Sudeste Asiático. Hoje, trago o roteiro conhecido como Little Circuit, que começa a partir do Portão da Vitória de Angkor Thom.

 
Victory Gate 

Chau Say Tevoda

Templo hindu construído na metade do século XII, ao estilo de Angkor Wat. De 2000 a 2009, ficou fechado por conta de um projeto de restauração comandado pela China. Hoje, a visitação já é livre em toda a sua área. Preciso confessar que o trabalho ficou muito bem feito!
 Visão geral do templo

 
Entrada quase totalmente restaurada

Essas pedrinhas empilhadas tem fins religiosos. As pessoas vão ao templo para rezar e cada uma monta a sua torrinha.

De uma câmara à outra

 
No segundo nível

 
Na janela, esperando o amor passar (adoro a riqueza de detalhes nas paredes de Angkor!)

 
Muita gente, principalmente famílias, percorre Angkor em bicicletas. Toda a cidade é plana, o que facilita muito. Bom para quem quer montar seu próprio roteiro e fazê-lo a seu modo e tempo. As guesthouses alugam bicicletas por USD 2/dia.


 
Quem cuida do novo e do velho

Ta Keo

Começado por Jayavarman V mas nunca finalizado, pois não há entalhes ou decorações na parte exterior dos prédios. Historiadores acreditam que o templo-montanha (igualmente construído em cinco níveis e com cinco torres) serviria como capital daquele reinado. Também por ser um templo-montanha, à representação do Universo pelos hindus, barays (reservatórios de água) foram construídos ao redor dele - atualmente drenados. O templo em cinco vértices representaria a morada dos deuses, o Monte Meru e seus cinco picos; a água simbolizaria os oceanos que envolviam a Terra.

De longe, avista-se a monstruosidade que é essa construção. Porque ela nunca foi terminada permanece um mistério. Suspeita-se que tenha sido pela morte do rei e pelos problemas de sucessão que vieram após.
Ta Keo, seu monstro

Acompanhem a subida:

Após o portão de entrada, suba essa singela escada...
 
... atravesse o portal e - tcharam! - mais degraus. Dê uma paradinha e siga no terceiro lance.

 
E aí, chegamos? Nããão!! Ainda falta mais um lance para chegar à última torre, com suas quatro faces abertas aos pontos cardinais. Essa foto dá pra ter uma idéia do quanto já estava alto. Nessas horas minhas perninhas bambearam e eu tirei um descanso para evitar a fadiga.


Este templo está em restauração também. Só depois que exploramos o pátio e descemos pelo outro lado (mostrado na foto acima) é que percebemos que escolhemos as escadas mais íngremes pra chegar lá em cima! Sem contar que o caminho estava proibido para acesso a turistas...

  
Alguém já viu esse carrinho por aí? É o plano ambicioso e super legal de uma família argentina: eles estão rodando o mundo com os filhos pequenos em quatro rodas. Já fizeram a América (TODA!) e agora estão na Ásia. Uma semana antes da viagem ao Camboja, eles foram vistos na Malásia.

Manhê, ainda dá tempo! :P

 
Vida simples

Prasat Kravan

Cinco pequenos templos dedicados a Vishnu, datados do século X, construídos ao sul de Sras Srang. Chamam muito a atenção pela simetria das torres e pela perpectiva delas, principalmente porque foram construídas com o teto aberto e com tijolos. Sim, tijolos!! São bem raras as construções em Angkor que utilizam esse material (até o momento, apresentei só templos e cidades talhadas em arenito). Possívelmente é uma influência cham, um dos grupos que viviam ali pela Tailândia naquela época.
Prasat Kravan

Inscrições em sânscrito

 
O teto sem telhados e um pouco da arquitetura local

Todas as paredes foram entalhadas diretamente nos tijolos, encaixados um a um sem cimento ou qualquer liga

 
Vishnu

Na torre principal, com uma linga ao centro

 
Decoração externa

Entalhes

 
Simetria

Plano original
 
Ta Prohm

Quem já viu Tomb Raider conhece esse lugar: o templo construído respeitando as árvores seculares que ali habitam. Os trabalhos de restauração em parceria com a Índia começaram em 2010 e ainda há muito o que fazer.
Entrada de Ta Prohm

Primeiro pátio

Você já viu essas duas árvores antes...


Close na da direita

E a da esquerda, hein?

Na verdade, ela começa aqui! Dando uma de Lara Croft

Pátio interno
 
O começo...

.. e o fim!

Parece que um terremoto passou por lá 

 
Simbiose perfeita

É impressionante como encaixam as pedras para fechar uma câmara

Banteay Kdei

Construção budista ao estilo de Bayon, lembra bem este. Faz parte do reinado de Jayavarman VII e é conhecida como "A Cidadela das Câmaras". Pelas fotos dá pra perceber bem o porquê.

Essa é a Avalokitesvara mais sorridente por lá!

Prédios auxiliares

Entrada do complexo

A primeira câmara, decorada para as preces.


Pátios internos conduzindo aos diversos corredores e salas de Banteay Kdei.

O comércio marítimo pré-angkoriano trouxe mais do que dividendos aos khmers: às vezes me esquecia que estava na Ásia e não no Mediterrâneo.
 
Apsara bailarina
 
Detalhe dos motivos do templo

Protegendo-me do sol
 
Não há restaurações ocorrendo neste momento em Banteay Kdei. Mas, sabe que nem precisa? A desconstrução tem o seu charme.

 
Mais corredores e salas
 
Ao fim da visita
  
Sras Srang

Fica em frente à Banteay Kdei. O motorista do tuk-tuk me apontou e disse "é a piscina do rei". Achei que ele estava de curtição, até que eu descobri que "Sras Srang" significa "piscina real" em khmer. Tem horas que eu sou bem tapadinha... rs

Assim, nada muito espalhafatoso: mede 700m x 350m, é adornada por balaústres e guardada por leões de pedra. Durante a era Angkor, era de uso exclusivo do rei e suas esposas e tinha até uma torre no centro, com a finalidade exclusiva de ser abrigo para meditação do monarca. Mais surpreendente ainda é saber que isso não era um lago que foi demarcado pelos arquitetos khmers. Ele foi escavado do zero a mando dos ministros de Rajendravarman II no século X e modificado mais tarde por Jayavarman VII no ano 1200.

A querida aqui ficou tão maravilhada que esqueceu de fotografar. Sério. Mesmo. De verdade. Então eu deixo essas fotos que encontrei pela internet, na época de seca e de cheia.

Bom, tentei não deixar esse post entendiante - pra mim, mesmo com tantos templos e tantas pedras e tantas faces, não foi. Espero ter conseguido passar todas as emoções e alegrias que tive ao desbravar Angkor.

Logo menos, tem mais. ; )


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