10 dias de Tailândia: Krabi e Phi Phi

Ao voltar de Singapura e na correria das mudanças que sempre nos pegam de surpresa, estava ansiosa pela viagem mais longa do último ano: Tailândia! ***sorrisos largos*** Algumas praias e a capital seriam exploradas em 10 dias, com a companhia de outros dois colegas de trabalho. Aproveitamos que ainda é estação chuvosa naquele país e pagamos baratinho em hotéis e passagens aéreas. Sendo o clima tropical como o da Malásia, a chuva vem no fim do dia, por trinta minutos, e depois desaparece deixando só o calor.

Começamos pelo sul; Krabi foi onde passamos a primeira noite. Escolhemos Ao Nang, a praia mais procurada pelos turistas europeus. Me recomendaram ficar ali porque foi o lugar reconstruído com mais infra-estrutura depois do tsunami de 2004 - mas sempre é bom lembrar que estamos na Ásia e os padrões são diferentes. Há sim estrutura, mas não há cuidado com saneamento e descarte do lixo.

Nesse dia, não fizemos muito. O céu nublado e a brisa fresca nos ajudaram a entrar no clima de preguiça da viagem. Como havia chovido muito na noite anterior, o mar estava bravo e as bandeirinhas vermelhas na areia não nos animaram. Em Ao Nang, esta não é branca e a água também não é muito clara. Com o entardecer, era hora de experimentar frutos do mar e relaxar com uma massagem tailandesa (a tradicional!!!). Por 250 Bath (R$ 12,50) tive uma hora da melhor e mais completa massagem que já experimentei! Começo a achar que essa vida asiática tem sim um monte de vantagens... rs

Ao Nang, Krabi

A cada 50m, uma placa nesse estilo

Mar agitado e pensamento longe
 
A recepção hoteleira mais fofa dos últimos tempos! : )

 E quem liga pra chuva com uma piscina dessas?! Repare que cada chalé tem seu próprio acesso à água.

No dia seguinte, partimos rumo à Phi Phi (leia Pee Pee), o arquipélago-paraíso na Terra. O acesso é somente por barco e o nosso tíquete incluía também o traslado do hotel ao píer. Ko Phi Phi ('Ko' significa 'ilha' em tailandês).

Passeando de barquinho
 
Copiando Halong Bay

Entre Krabi e Phuket, no Mar de Andaman, existe esse parque de seis ilhazinhas quase que intocadas, à exceção da maior delas, Ko Phi Phi Don - antes uma vila de pescadores, hoje explorada pelo turismo. Ko Phi Phi Leh e sua Maya Beach foram locações do filme 'A Praia' e a maioria dos turistas dirigem-se ao sul da Tailândia por conta só desse pedacinho. Ali, não é possível pernoitar e as autoridades tentam ao máximo evitar qualquer tipo de desenvolvimento para preservá-lo. As demais ilhas são basicamente formações rochosas de calcário que emergem do mar - assim como Halong Bay, no Vietnã.

Em três noites, andamos por toda Ko Phi Phi Don e fizemos snorkelling ao redor do arquipélago. Nem chuva ou tsunami tiram a beleza daquele lugar.

Ton Sai Bay
 
Loh Dalum Bay, em uma tarde de maré baixa
 
Velejando por Ko Phi Phi Leh
 
Maya Beach - The Beach!
 
Snorkelling em Long Beach, Ko Phi Phi Don

Peixinhos felizes

Pôr-do-sol em Ton Sai Bay

Phi Phi foi mais afetada que Krabi durante o tsunami. Em Ko Phi Phi Don, as duas partes da ilha são ligadas por um istmo, fazendo surgir duas baías. Neste espacinho, a menos de 2 metros do nível do mar, é onde se concentra toda a população da ilha - e a parte turística também. Em 2004, o mar das duas baías recuou, formando duas ondas gigantes que se encontraram no meio da ilha. Em Ton Sai Bay, onde ficamos hospedados, a onda foi de 3 metros de altura. Em Loh Dalum Bay, 6.5 metros. A força da água inundou toda a ilha e arremessou rochas para o alto mar, afetando as vilas flutuantes e quebrando as paredes de calcário. 70% de todas as construções foram destruídas. 6 meses depois, ainda com muito trabalho a ser feito pela reconstrução, 23 mil toneladas de lixo já havia sido recolhidas e 1200 pessoas ainda estavam desaparecidas. O número de baixas ainda é incerto, mas é estimado em 4 mil.

Correndo para as montanhas
 
 O ponto mais alto da ilha. À esquerda, Ton Sai. À direita, Loh Dalum.

É MEU! (Foto: Rajibul Hasan)
 
Paz (Foto: Rajibul Hasan)
 
6 anos depois, ainda com alguns hotéis fechados e construções acontecendo, Krabi, Phi Phi e Phuket desenvolveram um sistema de vigilância preventiva contra tsunamis e desastres naturais. As rotas de evacuação estão bem definidas por todos os lugares e os hotéis disponibilizam mapas das saídas de emergência com o aviso 'Se ouvir uma sirene, não entre em pânico. Corra para o lugar mais alto que encontrar'.

Preocupação dentro do quarto...
 
 ... e nas ruas também. (Foto: Vem)
 
Ainda que Phi Phi seja ponto obrigatório na rota dos mochileiros - Loh Dalum é famosa pelas beach parties diárias onde tudo é regado a muito álcool -, há espaço para casais em lua-de-mel e famílias com crianças. Todos se interagem e respeitam os espaços de cada um.

Auto-explicativo
 
Deixando Phi Phi rumo à Phuket, pensei que poderia ter arranjado mais um dia em Krabi e quase uma semana nadando em Maya Beach. Voltarei, com toda a certeza.

O turismo sexual nessas duas primeiras paradas não saltou aos olhos como em Phuket. Esta é conhecida em todo o mundo pelas facilidades que esbarram nas pessoas a cada esquina. Patong Beach e Bangla Road ficam para o próximo post.

:: Em KL, 02h09, já de terça.
:: Ouvindo: Kings of Leon.

:: Flickr

Este não é um post sobre Singapura

Muitos dos meus textos escrevo à mão, antes de sentar-me na frente do pc - o último foi produzido em Singapura, meu mais novo carimbo no passaporte. Agora que sou uma largada da vida (leia-se desempregada), sobra tempo para viajar. 

Mas este não é um post sobre Singapura - e nem é porque a cidade não possui muitas atrações. Sim, é uma cidade-shopping, mas achei muito dinâmica! Artística e cultural também: vários museus, exposições... sempre há algo acontecendo, de graça ou a preços acessíveis. E, se você mora lá, com certeza tem dinheiro o bastante para sair da ilha quando quiser - para descansar do mundo onde tudo é limpo e funciona direito.

Este não é um post sobre Singapura, apesar de eu ter ficado lá por três noites. Viajei sozinha e nunca me senti tão segura em toda a minha vida! Pelas manhãs, chovia e eu não pude visitar todos os lugares que tinha em mente. Aproveitei o tempo para conhecer novas caras e ouvir histórias inéditas na área comunal do albergue.

Este não é um post sobre Singapura porque estava lá por não poder estar na Malásia - o visto de trabalho vencera e eu precisava ganhar um novo período legal no país. Este é um post sobre como as mudanças aparecem feito tsunami - e tal como ele, devastam se você não estiver preparado e seguro de quem se é.

Em Singapura e no meio do refluxo, tive dúvidas, fiquei nervosa, quis pedir arrego - mas não havia ninguém, a não ser eu mesma, para me ajudar. E isso bastou.

Este não é um post sobre Singapura porque ainda espero a maré baixar e descobrir o que o mar me trouxe. Sinto que Singapura ainda me verá de novo - e eu anseio por isso.

Entre uma reflexão e outra, algumas fotos:

Casa de chá no Asian Civilizations Museum

Clarke Quay (Distrito Financeiro) durante o anoitecer

Mostra sobre a exposição midiática nos Esplanade Threatres

Merlion, o leão-sereio símbolo de Singapura. O nome da cidade-estado data do século XIII, quando o barco de um príncipe de Sumatra naufragou perto da ilha. Buscando refúgio em terra firme, o nobre avistou um animal que pensava ser um leão e batizou o lugar baseado nisso (Singa = Leão e Pura = cidade, templo). Acontece que não lá leões no Sudeste Asiático; é mais provável que o príncipe indonésio avistara um tigre.

Marina Bay Sands, a megalomania em concreto e navio: teatros, cinemas, centro de convenções e um cassino. No topo, palmeiras e piscina, para curtir observando o horizonte - a Malásia, inclusive.

Pôr-do-sol no Rio Singapura

:: Em KL, 20h41.
:: Ouvindo: Djavan.