Dois

Dois anos. Nem acredito.

Esse segundo ano na Ásia passou muito rápido, cronologicamente falando. Meu novo trabalho ocupa muito tempo e muito espaço em minha mente. Apesar disso, a sensação é que esse número dois estendeu-se por todo o sempre, quando penso naquilo que deixei de lado ou que coloquei em standby para estar aqui.

Ando vivendo intensamente, vários me dizem. De novo, em doze meses, mudei de casa, emprego e salário. Construí amizades, solidifiquei as existentes, encontrei desafios e gente que queria me ver derrotada. Escolhi caminhos difíceis e pisei em lugares que poucos se atrevem. Amadureci mais um pouco; gritei muito para ser ouvida, chorei como mulheres sempre choram e também sorri com elogios bobos e verdadeiros. Viajei um pouco menos do que gostaria. Essas marcas estão todas por aí, em meu rosto, em meu corpo e nas lembranças. Mas...

Nesse ano novo da minha história, tudo pareceu um pouco sem graça. E eu até já sei o porquê.

Algo que relutei em acreditar nos últimos meses toma forma e se torna maior do que eu: é hora de seguir adiante.

Novas estradas, outras pessoas, novas oportunidades, novas interrogações e exclamações. Sorrisos e lágrimas por outros motivos. Quem sabe, até trilhas em que já passei, mas agora sob outro olhar. Mas dessa vez, sem deixar nenhuma parte de mim à margem.

Quem quiser me acompanhar, manifeste-se. Eu estou sempre pronta para caminhar por aí, a descobrir o inimaginável.

É isso que me faz sentir, sobretudo, viva.

Essa sou eu em Angkor Wat, semana passada. A pose é só pra escapar do sol, mesmo. ; )


"Como mulher, não tenho país.
Como mulher, meu país é o mundo inteiro."
-
Virginia Woolf


: : Em KL, 17h40.