Angkor: o paraíso na Terra

Enfim, a viagem mais esperada do ano chegou! **milhões de sorrisos** A volta ao Camboja seria no ano passado, mas por conta do emprego novo, tive de adiá-la. Tanto planejamento só poderia resultar em dias intensos, mas relaxantes.

Siem Riep fica ao norte de Phnom Pehn e é porta de entrada para as ruínas de Angkor, a maior e mais desenvolvida civilização antiga do Sudeste Asiático. O nome da cidade significa "Sião derrotado" e explica muito sobre a história de guerras e invasões que o país sofreu pela vizinha Tailândia. Desde o século 2 d.C, sucessivas dinastias de reis ora hinduístas, ora budistas (com a predominância daqueles) ergueram cidades e templos de pedra, encaixados minuciosamente e esculpidos à perfeição. O representante mais conhecido dessas construções é Angkor Wat, hoje considerado o maior monumento religioso do mundo.

Como na capital, os habitantes de Siem Riep estão sempre sorrindo. Apesar de todas as dificuldades e da persistente miséria, os cambojanos levam a vida tirando o melhor do que lhes é concedido. E isso, certamente, colaborou para que essa viagem fosse a melhor dos últimos tempos.

Em quatro dias, eu e Avik, meu amigo que também esteve na viagem à Phnom Pehn, visitamos vinte ruínas, vimos o amanhecer e o pôr-do-sol, passeamos pelo rio Tonle Sap, bebemos mojito a 2 dólares o copo, nos impressionamos com o número de minas terrestres em exposição no museu e conhecemos várias pessoas que vivem de Angkor. A cada encontro, uma lição de vida e de História era compartilhada.

O povo Khmer jamais se esqueceu de seus dias de glória; os invasores franceses orgulham-se de dizer que descobriram os templos na metade do século XVIII. Comecemos pelo mais famoso deles, Angkor Wat, e a cidade que o circunda, Angkor Thom.

Angkor Wat

'Wat' significa "templo" na língua khmer e este foi erguido para adoração a Vishnu pelo Rei Suryavarman II. A construção iniciou-se na primeira metade do século 12 e sua grandiosidade é notada ao longe. É bom seguir um roteiro ao visitar as torres, pois o templo foi levantado em níveis e é fácil perder-se: os khmer acreditam em simetria e cada um dos pavimentos possui 4 áreas exatamente iguais, simbolizando os pontos cardinais. 

Amanhecer em Angkor Wat, entre a torre de entrada e o prédio principal. 

O prédio principal, entrada leste: todo esse sol e eram apenas seis da manhã.

Feito para durar.

No primeiro nível, vários prédios auxiliares. 

Um dos corredores do segundo nível. As cabeças das estátuas foram serradas durante o Khmer Vermelho e vendidas ao exterior, visando angariar dinheiro ao regime. 

Entalhes

Batalhas e reis, para sempre imortalizados.

 
Um detalhe das várias decorações de TODAS as paredes deste lugar.

Uma das estradas do último nivel...

 
Mas só se pode subir por esta! 

E uma vez lá em cima, mais surpresas!

 
Sim, eles possuem influências gregas: os povos pré-angkorianos eram navegadores e faziam comércio com a Europa!

A vista lá de cima! Depois daquele muro em segundo plano é que começa Angkor Wat. : )

Angkor Thom

'Thom' significa "grande" e é assim que a maior cidade antiga da região era conhecida. Estima-se que, em seu auge, Angkor Thom tenha abrigado aproximadamente um milhão de habitantes. Para explorar Bayon e outras ruínas, tome seu tempo - e volte ao fim da tarde para as melhores fotos.

Um dos cinco portões de entrada, guardados por soldados, nagas e as faces apontando ao Norte, Sul, Leste e Oeste. 

 
Bayon Temple e suas indefectíveis faces.
 
Entalhes em Bayon

 
Entalhes em Bayon

No Camboja, todos sorriem - até as estátuas!
 
Apsaras estão por toda a parte: simbolizam fertilidade.
 
Vendo o mundo pelas janelas do último nível de Bayon.

 
Os vigias da cidade
 
Sorriso khmer
 
Parte do primeiro nível de Bayon
 
 
Baphuon: este templo continua fechado após anos - arqueólogos faziam sua restauração quando o Khmer Vermelho tomou o poder. Muitas partes do prédio, ainda desmontado, foram vendidas ou destruídas.
 
 Phimeanakas Temple: para chegar lá em cima é uma aventura: outro lance de escadas, mais íngreme, aguarda os afoitos que alcançam o primeiro portão.
 
  
É devagar que se chega lá! : )
 
 
Os terraços
 
 Latrina real (será?)

Vida!
 
 
Nagas guardam as entradas, de todos os lugares.
 
The Elephant Terrace

 
The Elephant Terrace

Detalhe das paredes do The Terrace of the Leper King
 
 Detalhe de um dos portões de Angkor Thom: essa face chama-se Avalokitesvara. No alto das torres, existe um caminho que liga todas elas - dá pra percorrer a pé, se você se animar com os 13km.

 
Do que antes era certamente um rio, restou este brejo.

Angkor Thom
 
E o dia termina do alto de Phnom Bakheng, o primeiro templo-montanha construído na cidade.

É uma pena que as fotos não traduzam todo o esplendor desse paraíso. Um dia só é corrido para todas essas paradas, mas qualquer um, a qualquer tempo, se sente imerso na grandiosidade que um dia o Império Khmer foi.

Após uma noite de sonhos lindos, seguimos a rota do Pequeno Circuito, a ser contada no próximo post.


: : Em KL, 20h55.
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